Bem, meninas, depois da Segunda TEC ter sido negativa, tive um ciclo anovulatório. Confesso que morri de medo: aos 40 anos, a menopausa poderia estar chegando e acabaria com todos os nossos planos.
Após esse ciclo maluco em outubro, marquei consulta e lá fui eu, cheia de planos e sonhos para o meu GO.
Decidimos que somente iniciaríamos tratamentos em janeiro/2018: até lá, repetiríamos todos os exames possíveis.
E lá fui eu, cheia de pedidos e esperanças, sabendo que meus braços ficariam furados, mas seriam novos passos para a manutenção do sonho do segundinho…
Aproveitei uma ida à Ribeirão Preto para fazer um AMH (antimulleriano) e uma contagem de folículos antrais.
Apesar de estar no finzinho do ciclo, a médica disse que seria tranquilo.
Maaaaaas, meu OE resolveu ficar escondidinho. Ficou numa área de sombra e não conseguimos vê-lo. No OD, 6 folículos antrais. A médica estimou entre 5 e 7 os folículos do OE, já que, na contagem que fiz em janeiro/2014, havia dado 10 e 11 em cada ovário. Saí feliz com o resultado após 4 anos e fui colher sangue para o AHM.
Era uma sexta-feira e somente esperada o resultado do exame para o final da semana seguinte.
Na segunda, meu ciclo novo começou. Fiquei toda animadinha para fazer os exames hormonais e glicêmicos no dia seguinte e para começar a tomar as medicações que meu GO havia me passado: ácido fólico (claro), FertiSop, Mertformina (que já tomei muito por causa da resistência insulínica), além da testosterona que a médica da US de contagem de folículos antrais me passou (para melhorar a qualidade dos óvulos). Marido faria um novo espermograma para começar a tomar o Prefolin. Depois, o médico veria o que ele ainda tomaria para melhorar a qualidade e quantidade.
À noite veio a notícia mais chocante dos últimos tempos: o resultado do AHM: 0,02. Isso mesmo: 0,02! Quase falência dos ovários, praticamente uma pré-menopausa.
Estava numa reunião de trabalho e meus olhos ficaram marejados. Tive que me esforçar muito para não chorar. Estava cercada por 5 homens e eles não entenderiam aquele momento no qual me senti a última das mulheres.
“Em menos de 4 anos, tudo estava acabado?”, era a pergunta que me fazia…
Mandei mensagens para o GO e para a médica do Rio, dos meus tratamentos, desesperada. Ambos responderam que a baixa reserva não significava que a FIV não daria certo, mas que eu deveria abandonar o plano de fazer tratamentos mais baratos e partir para a FIV o mais rápido possível. Ou seja, ainda teria que arrumar dinheiro em um curto espaço de tempo!
Só queria chegar em casa e chorar abraçada à minha filha e ao Marido, mas o papo não foi do jeito que imaginei…
Ele já veio falando sobre pensarmos sobre o dinheiro a ser gasto, que seria melhor adotarmos (algo que sempre foi uma possibilidade) e investir a grana na nossa filha e no futuro filho.
E eu só chorava. Dizia que tínhamos combinado que tentaríamos uma última vez, até meus 41 anos. Brigamos feio. Fui dormir no sofá.
No dia seguinte, ele foi todo fofo, disse que somos uma família e que se esse era o meu sonho, que ele iria junto comigo.
Nesse meio tempo, percebi que, na TV, só passava a entrevista da Ivete Sangalo, falando da FIV dela, da coleta de óvulos e da gravidez das gêmeas. Seria um sinal?
Na terça, lá fui eu fazer meus exames. Desta vez, sem lágrimas, totalmente refeita, com o peito cheio de coragem.
É TEMPO DE RECOMEÇAR!